A cara freiriana da Pedagogia Social brasileira
DOI:
https://doi.org/10.7179/PSRI_2016.27.09Palavras-chave:
Educação Popular, Educação Comunitária, Educação Social, Pedagogia Social, Paulo Freire.Resumo
As culturas indígenas, africana e ocidental, juntamente com o cristianismo compõe a matriz cultural de quase todos os países que passaram pelo processo da colonização européia. Em todos estes países se faz educação popular, social e comunitária desde o seu descobrimento e há consenso quanto à qualidade, importância e impacto destas práticas educativas na constituição da identidade de seus povos. Cada país e cada povo possuem sua própria historicidade, motivação e estratégias, mas todas as práticas educativas que desenvolvem se estruturam a partir das mesmas matrizes antropológica e culturais que conformam suas estruturas sociais, caracterizando-as como estratégias de resistência, de alternativa á ideologia oficial e de sobrevivência cultural. Estes elementos comuns a diversos povos e países permitem conceber para a Educação popular, social e comunitária que neles se desenvolvem uma mesma fundamentação teórica – a Pedagogia Social – cujo teórico mais proeminente é, sem dúvida, Paulo Freire, sem desconsiderar a contribuição de tantos outros teóricos que são importantes para cada contexto e país específico. Discorrer sobre a possibilidade de uma corrente da Pedagogia Social de base freiriana significa redimensionar o alcance da própria Pedagogia Social, discutir o papel que ela pode cumprir na consolidação do processo de libertação dos povos submetidos à escravidão, ao genocídio, à dominação cultural e à exploração econômica, assim como proceder aos esforços de sistematização e de teorização de diferentes práticas educativas que possam se beneficiar de um mesmo referencial teórico e metodológico que fundamente a pesquisa, o ensino e o trabalho de um grande número de educadores e educadoras que hoje não são reconhecidos como tais por parte dos sistemas de ensino nacionais.
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