O atletismo continua sendo um esporte dominado pelos homens: a sub-representação das mulheres como atletas, treinadoras e árbitras no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.47197/retos.v58.106067Palavras-chave:
Gender; social justice; sport psychology; sport management; leadershipResumo
A desigualdade de género continua a ser um problema generalizado no desporto e atrai cada vez mais atenção na investigação contemporânea. Apesar disso, pouca atenção acadêmica tem sido direcionada à participação feminina no atletismo. O objetivo deste estudo é analisar a participação de mulheres como atletas, técnicas e árbitras em diferentes categorias de idade e provas no Campeonato Brasileiro de Atletismo de 2019. Avaliamos dados publicamente disponíveis do referido campeonato. A análise dos dados envolveu estatística descritiva, estimativa de associação pelo teste Qui-Quadrado e comparação de frequências médias pelo teste t uniamostral. O nível de significância foi estabelecido em p<0,05. Não houve associação significativa entre tipo de evento e faixa etária, indicando frequência semelhante de participação de atletas do sexo feminino em diferentes eventos e faixas etárias. A participação média das mulheres como atletas (42%) e treinadoras (19%) foi estatisticamente inferior a 50% (t=4,595; p<0,001; t=25,00, p<0,001, respectivamente). As mulheres representaram 41% dos árbitros e não apresentaram diferença significativa com 50% (t=2,973, p=0,058). Houve associação significativa entre gênero e posição esportiva, com maior participação de mulheres como atletas e árbitras em comparação com treinadoras. Concluímos que, embora haja um movimento em direção à igualdade quantitativa, as mulheres continuam sub-representadas como atletas, treinadoras e árbitras no atletismo, o que indica a necessidade de investimentos em políticas esportivas, desenvolvimento de programas esportivos considerando uma prática equitativa do atletismo em termos de gênero e uma compreensão qualitativa dos desafios que esses profissionais enfrentam.
Palavras-chave: gênero; Justiça social; psicologia do esporte; gestão de esporte; liderança
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