A adaptação na natação infantil em piscinas rasas e fundas- uma revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.47197/retos.v50.98508Palavras-chave:
Natação. Aprendizagem. Profundidade. Medo. Ambiente.Resumo
O ensino da natação possui relevância para a saúde e a segurança de crianças, porém sua prática ainda possui muitas controvérsias em relação a profundidade da piscina, fator que expõe o nadador a alterações posturais e emocionais. Desta forma, o objetivo do artigo foi investigar através de uma revisão sistemática qual a relação entre a profundidade das piscinas e a aprendizagem da natação infantil. A pesquisa foi realizada em artigos científicos, teses e dissertações publicados nas bases de dados Lilacs, Scielo e Pubmed seguindo as orientações PRISMA. Foram encontrados 2057 registros, e de acordo com os critérios de elegibilidade, 11 publicações foram escolhidas. Oito dos onze estudos selecionados obtiveram classificação como excelente na verificação Downs and Black Quality Assessment. Os resultados foram classificados em duas categorias: aspectos emocionais (n= 6) e aspectos pedagógicos (n=7), através da análise de conteúdo de Bardin (2011). Os estudos apontam que o medo e o ambiente interferem diretamente na adaptação da natação infantil, que a posição do corpo é modificada em diferentes profundidades e indicam uma progressão pedagógica, da piscina mais rasa para a mais funda, de acordo com a evolução aquática do aluno. Assim, entendemos que a profundidade das piscinas é uma variável relevante no tocante ao ensino da natação infantil. Sugerimos que esse fator seja avaliado cuidadosamente, para uma abordagem humanizada e respeitosa, inclusive com novos estudos a respeito do ambiente aquático durante a fase de adaptação.
Palavras-chave: Natação, Aprendizagem, Profundidade, Medo, Ambiente.
Referências
Bardin, Laurence. Análise de conteúdo. 4ª Edição. Edições 70, (2011). 229p.
Bueno, Jocian M. Psicomotricidade- teoria e prática. Cortez Editora (2013). 536 p.
______.Discutindo sobre metodologia e sobre uma aula ideal de natação infantil. In: Bebês e Crianças: reflexões da Academia Brasileira de Profissionais de Natação Infantil. (2017). Z3 Gráfica e Editora. pp. 83-112.
Burkhardt, Roberto & Escobar, Micheli. Natação Para Portadores De Deficiências (1985). Ao Livro técnico,109p.
Catteau, Raymond & Garoff, Gérard. (1988). O ensino da natação (3.a ed.) Manole,381p.
Chaves, Aline; Silva, Alexandre de C.; Ferraz, Oswaldo; Nunomura, Myrian & Carbinatto, Michele. O medo na aprendizagem da natação. (2015) (Pensar a Prática,vol.18), n. 4. Goiânia. DOI: 10.5216/rpp.v18i4.31285. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fef/article/view/31285.
Costa, Aldo. M., Marinho, Daniel A., Rocha, Helena, Silva, Antonio J., Barbosa, Tiago. M., Ferreira, Sandra S., & Martins, Marta (2012). Deep and Shallow Water Effects on Developing Preschoolers’ Aquatic Skills. (Journal of Human Kinetics, 32), pp: 211-219. doi: 10.2478/v10078-012-0037-1.
Damasceno, Leonardo. G. Natação, psicomotricidade e desenvolvimento. Autores Associados (1997).141p.
Downs, S. H. & Black, N. (1998). The feasibility of creating a checklist for the assessment of the methodological quality both of randomized and non-randomized studies of health care interventions. (Journal of Epidemiology & Community Health, 52), n.6, pp:377-384. https:// doi.org/10.1136/jech.52.6.377
Fernandes, Josiane & R. P.; Lobo Da Costa, Paula. H. (2006) Pedagogia da natação: um mergulho para além dos quatro estilos. (Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, vol. 20) n.1,pp.5 – 14, jan. /Mar. São Paulo, (DOI: 10.1590/S1807- 55092006000100001)
Freire, Marília & Schwartz, Gisele Maria. (2006) Afetividade nas aulas de natação: mediação do professor. (Revista Digital - Buenos Aires - UNESP - Campus de Rio Claro/SP, Ano 10)- n.94
Gallahue, David. L.; Ozmun, John C. & Goodway Jacqueline D. (2013). Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Artmed editora. 487p.
Galvão, Maria. C. B. & Ricarte, Ivan. L. M. (2019). Revisão sistemática da literatura: conceituação, produção e publicação. (Logeion: Filosofia da Informação, vol.6) n.1, pp.57–73. Rio de Janeiro, RJ .DOI: 10.21728/logeion.2019v6n1.pp:57-73 Disponível em: https://revista.ibict.br/fiinf/article/view/4835. Acesso em: 22 jan. 2023.
Garcia, Daniel; Rocca Osvaldo, Navandar Archit, Moreno-Murcia &Juan, M. A. (2022). Measurement of aquatic competence in toddlers, infants, and children between 6 months and 14 years: a systematic review. (Motricidade, vol. 18), n. 1, pp:120-126. https://doi.org/10.6063/motricidade.25590
Graham Jaqueline & Gaffan Elizabeth A. (1997) Fear of water in children and adults: etiology and familial effects. (Behaviour Research and Therapy Feb;35)n.2.pp:91-108. doi: 10.1016/s0005-7967(96)00086-1. PMID: 9046673.
D'Hondt, Eva; Buelens, Lise; Barnett, Lisa; Howells, Kristy; Sääkslahti, Arja; Costa, Aldo. M.; Jidovtseff, Boris, Mertens, Lisa & De Martelaer, Kristine. (2021). Differences between Young Children's Actual, Self-perceived and Parent-perceived Aquatic Skills. (Perceptual and motor skills, 128,5), pp.1905–1931. https://doi.org/10.1177/00315125211017864
Krug. Dircema F.; MAGRI, Patricia, E. (2012). Natação: aprendendo para ensinar. All Print Editora.349p.
Langerdorfer, Stephen.(1987). Children’s movement in the water: A developmental and environmental perspective. Children’s Environments Quarterly, 4(2), pp.25–32.
______;Bruya Lawrence. (1995) Aquatic Readiness: Developing Water Competence in Young Children. Human Kinetics, 215p.
Mertens, Lisa; Martelaer, Kristine; Sääkslahti, Arja & D' Hondt, Eva. (2021). The Inter-Rater and Intra-Rater Reliability of the Actual Aquatic Skills Test (AAST) for Assessing Young Children’s Motor Competence in the Water. (International Journal of Environmental Research and Public Health. vol.19). 446. https://doi.org/10.3390/ijerph19010446.
Moher, Davi, Liberati, Alessandro, Tetzlaff, Jennifer, Altman, Douglas G., & The Prisma Group (2009). Preferred reporting items for systematic reviews and metaanalyses: the PRISMA statement. BMJ. N.21; pp: 339:b2535. doi: 10.1136/bmj.b2535. PMID: 19622551; PMCID: PMC2714657.
Moura, Orilda M.; Neiva, H.P., Faíl, L.B., Morais, J.E., & Marinho, D.A. (2021). A influência da prática regular de natação no desenvolvimento motor global na infância. (Retos: nuevas tendencias en educación física, deporte y recreación, vol.40) pp.296-304. doi: 10.47197/retos.v1i40.83090.
______; Marinho, D. A., Morais, J. E., Pinto, M. P., Faíl, L. B., & Neiva, H. P. (2022). Programa de aprender a nadar em um contexto escolar por um período de 12 semanas melhora as habilidades aquáticas e a coordenação motora em crianças brasileiras.(Retos:nuevas tendencias en educación física, deporte y recreación vol.43), pp.316–324. https://doi.org/10.47197/retos.v43i0.88903
Morgado, Liliane, D. S., De Martelaer, Kristine; D’Hond`t, Eva; Barnett, Lisa; Mertens Lisa; Costa, Aldo, M.; Howells Kristy; Saakslahti, Arja, & Jidovtseff, Boris. (2020). Pictorial Scale of Perceived Water Competence (PSPWC): Test Manual 1st Edition. (Early Years SIG AIESEP)
Moreno-Murcia, Juan, A.; Borges, Luciane, B. & Hernández Elisa, H. (2020) Design and Validation of the Scale to Measure Aquatic Competence in Children (SMACC). (Int J.Environ Res.Public Health. Vol.26) n.17, 6188. doi: 10.3390/ijerph17176188. PMID: 32858995; PMCID: PMC7503350.
Murray, John. Infaquatics, teaching kids to swim, Ed. Leisure press (1980). 223p.
Newell, Karl. M. (1986). Constraints on the Development of Coordination. in M. G. Wade; H. T. A. Whiting (Eds.), Motor Development in Children: Aspects of Coordination and Control, pp. 341-360. The Netherlands: Martinus Nijhoff, Dordrecht. http://dx.doi.org/10.1007/978-94-009-4460-2_19
Orejuela Aristizabal, D. F., Cardona Orejuela, J. S., & Rengifo Cruz, R. (2023). Análisis bibliométrico de la producción científica en el campo de la natación. Bibliometric Analysis of Scientific Production in the Swimming Field. (Retos: nuevas tendencias en educación física, deporte y recreación,vol.47, pp.215–220. https://doi.org/10.47197/retos.v47.94160
Page Mj, Mckenzie Je, Bossuyt Pm, Boutron I, Hoffmann Tc & Mulrow Cd. (2021) The PRISMA statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. (BMJ;vol.371)n.71.doi: 10.1136/bmj.n71
Pasquale de, C., De Sousa Morgado, L., Jidovtseff, B., De Martelaer, K. & Barnett, L. M. (2020). Utility of a scale to assess Australian children's perceptions of their swimming competence and factors associated with child and parent perception. (Health promotion journal of Australia: official journal of Australian Association of Health Promotion Professionals, vol.00) pp.:1–10. https://doi.org/10.1002/hpja.404
Ostrowski, A., Stanula, A., Swinarew, A., Skaliy, A., Skalski, D., Wiesner, W., Ambroży, D., Kaganek, K., Rydzik, Ł., & Ambroży, T. (2022). Individual Determinants as the Causes of Failure in Learning to Swim with the Example of 10-Year-Old Children. (International journal of environmental research and public health, 19) (9), 5663. https://doi.org/10.3390/ijerph19095663
Palmer, Mervyn. L. (1990). O Ensino da natação. Ed. Manole, 359p.
Parker, Helen E.; Blanksby, Brian A. & Quek, Kian L. (1999) Learning to swim using buoyancy aides. (Pediatric Exercise Science, vol.11), n. 4, pp: 377-392. (DOI: 10.1123/pes.11.4.377)
Peden Amy E. & Franklin, Richard C. (2020) Learning to Swim: An Exploration of Negative Prior Aquatic Experiences among Children. (International Journal of Environment of Research and Public Health,vol.19),n.17(10):3557. doi: 10.3390/ijerph17103557. PMID: 32438661; PMCID: PMC7277817.
Rocha A. Helena; Marinho, Daniel, A; Garrido, Nuno D; Morgado, Liliane, D. S.& Aldo M. Costa. (2018) The acquisition of aquatic skills in preschool children: deep versus shallow water swimming lessons. (Motricidade,vol.14) n. 1, pp. 66-72, 2018. (DOI: 10.6063/motricidade.13724)
Santos, Cristina A. & Pereira, Ruben G. (2008) Estudo comparativo da organização das escolas de natação- três casos versus três parâmetros do processo ensino- aprendizagem (Revista de Desporto e Saúde da Fundação Técnica e Científica do Desporto, vol.4) 3: pp:87-93. Portugal.
Telles, Silvio; Lüdorf, Sílvia & Pereira, Erik. (2017) Pesquisa em educação física: perspectivas sociocultural e pedagógica em foco. Autografia. 213p.
Velasco, Cacilda. Boas Práticas Psicomotoras. Phorte editora (2013). 215p.
Xavier-Filho, Ernani.; Manoel, Edson J. (2002). Desenvolvimento do comportamento motor aquático: implicações para a pedagogia da natação. (Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 10)(2), pp.85-94.
Winnicott, Donald. O mundo em pequenas doses em A criança e seu mundo.Ed. Psique (1982). 270p.
Wizer, Rossane. T., Meira Júnior, C. M., & Castro, F. A. S (2016) Utilização de Flutuadores em Aulas de Natação para Crianças: Estudo Interventivo. / Flotation Devices in Swimming Lessons for Children: an Interventionist Study. (Motricidade, vol.12), n. 2, pp: 97-106. (DOI: 10.6063/motricidade.7696)
_______; Trindade, C. D. Z.; Feitosa, W. ; Oliveira, D.S.& Castro, F. A.S. (2021). Instrumentos de avaliação de crianças no meio aquático: uma revisão sistemática. (Motricidade,vol.17), n.3, pp:306-325
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2023 Retos
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/4.0/88x31.png)
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e assegurar a revista o direito de ser a primeira publicação da obra como licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite que outros para compartilhar o trabalho com o crédito de autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Os autores podem estabelecer acordos adicionais separados para a distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicado na revista (por exemplo, a um repositório institucional, ou publicá-lo em um livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- É permitido e os autores são incentivados a divulgar o seu trabalho por via electrónica (por exemplo, em repositórios institucionais ou no seu próprio site), antes e durante o processo de envio, pois pode gerar alterações produtivas, bem como a uma intimação mais Cedo e mais do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) (em Inglês).
Esta revista é a "política de acesso aberto" de Boai (1), apoiando os direitos dos usuários de "ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar, ou link para os textos completos dos artigos". (1) http://legacy.earlham.edu/~peters/fos/boaifaq.htm#openaccess