PortuguêsDiferenças de gênero na motivação autodeterminada e bem-estar subjetivo de atletas de esportes adaptados - membros do grupo especial com dificuldades intelectuais e de desenvolvimento

Autores

  • Ana Margarida Martins Domingues
  • Jorge Manuel Folgado dos Santos SHERU (Sport, Health and Exercise Research Unit). Instituto Politécnico de Castelo Branco http://orcid.org/0000-0002-5187-4862
  • João Julio Matos Serrano
  • Marco Batista
  • João Manuel Duarte Petrica

DOI:

https://doi.org/10.47197/retos.v44i0.88827

Palavras-chave:

Esporte Adaptado; Dificuldade Intelectual e de Desenvolvimento; Teoria da Autodeterminação; Bem-estar subjetivo; Olimpíadas Especiais de Portugal

Resumo

A Teoria da Autodeterminação tem sido utilizada como modelo teórico de suporte em diversos estudos sobre motivação no Desporto. Neste sentido, percebemos que a motivação é um tema ao qual os investigadores têm dedicado grande parte do seu tempo, no entanto, ao pesquisarmos sobre o Desporto Adaptado, nomeadamente a pessoa com Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental (DID) observamos uma escassez na investigação. Este artigo teve por objetivos, i) verificar os níveis de autodeterminação e bem-estar subjetivo de atletas integrantes do Special Olympics de Portugal (SOP), e ii) comparar as variáveis em análise em função do género. Neste estudo quantitativo, participaram 94 atletas de Desporto Adaptado, de idades compreendidas entre os 11 e 63 anos (ẋ=32.61 ± SD=13.8) de ambos os géneros, competidores de modalidades individuais e coletivas. Os instrumentos de recolha utilizados foram Behavioral Regulation in Sport Questionnaire (BRSQ), Basic Psychological Needs Exercise Scale (BPNES), Escala de Satisfação com a vida (SWLS) e Escala de Afetos positivos e Negativos (PANAS). A análise dos dados foi baseada na verificação da consistência interna das escalas aplicadas através do cálculo do alfa e Cronbach, da análise descritiva dos dados e da aplicação para comparação entre géneros através do teste não paramétrico U Mann-Whitney, assim como uma regressão linear, atendendo-se a um nível de significância de 0.05. Como resultado, observámos que a satisfação das necessidades psicológicas básicas e a motivação predizem bons níveis de satisfação com a vida também de afetos positivos. Também verificámos diferenças estatisticamente significativas na satisfação com a vida e nos afetos negativos ao confrontar os resultados em função do género.

Biografia Autor

Ana Margarida Martins Domingues

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Publicado

2022-04-01

Como Citar

Martins Domingues, A. M., Folgado dos Santos, J. M., Matos Serrano, J. J., Batista, M., & Duarte Petrica, J. M. (2022). PortuguêsDiferenças de gênero na motivação autodeterminada e bem-estar subjetivo de atletas de esportes adaptados - membros do grupo especial com dificuldades intelectuais e de desenvolvimento. Retos, 44, 328–334. https://doi.org/10.47197/retos.v44i0.88827

Edição

Secção

Artigos de caráter científico: trabalhos de pesquisas básicas e/ou aplicadas.

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