Prevenção terciária da violência em uma entidade esportiva de futebol: um estudo de caso

Resumo

Este artigo descreve um procedimento de intervenção terciária em uma organização pública de treinamento de futebol em que ocorreram diversas manifestações violentas verbais e discriminatórias, identificando: violência organizacional, violência de espectadores ou torcedores incondicionais (famílias), violência entre iguais e discriminação por gênero. A amostra do sistema incluiu prefeitura (n=1), gestor político (n=1), técnico de delegação (n=1); familiares (n=360); e protagonistas, que incluem o diretor esportivo (n=1), treinadores (n=6) e jogadores (n=360). A intervenção ocorreu por um profissional de psicologia do esporte especializado em violência com atuação reformulada como diretor técnico em 4 fases: ajuste, estabilização, aceitação e enfrentamento, e progresso. As medidas e ações foram direcionadas tanto aos agentes quanto aos procedimentos e critérios que sustentavam a cultura estrutural da organização. Após quatro anos de implementação do programa, a administração contratante descreveu os resultados como bem-sucedidos, destacando a redução da violência na organização. Este sucesso reflecte-se num aumento de 25% no número total de jogadoras, de 360 ​​para 450, e num notável aumento de 215% na participação feminina, que passou de 16 para 50 jogadoras. Menos violência causa mais satisfação e, portanto, aumenta a participação.

Palavras-chave: Prevenção. Terciário. Violência. Organização. Futebol.