Esporte Universitário e Associações Atléticas Acadêmicas: recursos físicos, humanos e financeiros para os treinamentos
DOI:
https://doi.org/10.47197/retos.v55.103247Palavras-chave:
Universidade, Políticas Públicas, Associativismo, Esporte, Treinamentos.Resumo
As Associações Atléticas Acadêmicas (AAAs) figuraram como importantes instituições associativistas responsáveis pelo esporte universitário. Ao longo dos mais de 100 anos de existência, a atuação de aspectos políticos, sociais e culturais fizeram com que mudanças ocorressem na estrutura, composição, tipos de ações, abrangência das competições e diversidade de modalidades fomentadas. Mas pouco se conhece a respeito dos treinamentos dessas instituições, o que levou a realização da presente pesquisa objetivando analisar a organização dos treinamentos esportivos das AAAs da UFMS/Cidade Universitária. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, quantitativa e de campo, com participação de 17 presidentes de AAAs da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Cidade Universitária, por meio do preenchimento de questionário on-line e análise de frequência absoluta e relativa dos dados. Evidenciou-se que a maioria das atléticas (88.23%) utilizam os espaços esportivos da universidade para os treinamentos, dispõem de treinadores (70.58%) formados em Educação Física (66.66%), remunerados (83.33%) com recursos do caixa (90.00%) e escolhidos principalmente pelo valor cobrado (50.00%). Conclui-se que a UFMS/Cidade Universitária figura como importante espaço para os treinamentos das AAAs e que as atléticas analisadas recorrem a treinadores com formação específica para preparação esportiva.
Palavras-chaves: Universidade, Políticas Públicas, Associativismo, Esporte, Treinamentos.
Referências
Barbosa, C. G. (2014). Liderança na gestão do esporte universitário: proposta da criação de uma rede de dados. Disser-tação (Mestrado em Desenvolvimento Humano e Tecnologias) –Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. Recuperado de https://www.oasisbr.ibict.br/vufind/Record/BRCRIS_4be862261b130a2a169191956f740797
Belato, A. K. de M. (2018). Um estudo sobre a política do es-porte universitário na Universidade de Brasília – UnB (2009-2016). 2018. 130 p. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Faculdade de Educação, Universidade de Brasília, Brasília. Recuperado de http://www.realp.unb.br/jspui/handle/10482/33998
Brasil (1969). Decreto-lei nº 464, de 11 de fevereiro. Estabelece normas complementares à Lei nº 5.540, de 28 de no-vembro de 1968, e dá outras providências. Presidência da República, Casa Civil. Brasília, DF. Recuperado de https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/del0464.htm
Brasil (1941). Decreto-lei nº 3.617, de 15 de setembro. Estabelece as bases de organização dos desportos universitários. CLBR de 31.12.1941. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/del3617.htm
Brasil (1968). Lei nº 5.540, de 28 de novembro. Fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras providências. Presidência da República, Casa Civil. Brasília, DF. Recu-perado de https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5540.htm
Brasil (1996). Lei nº 9.394, de 20 de dezembro. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Presidência da República, Casa Civil. Brasília, DF. Recuperado de https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
Brasil (1998). Lei nº 9.696, de 1 de setembro. Dispõe sobre a regulamentação da profissão de Educação Física e cria os respectivos Conselho Federal e Conselhos Regionais de Educação Física. Presidência da República, Casa Civil. Bra-sília, DF. Recuperado de https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9696.htm
Câmara dos Deputados (2019). Projeto de Lei nº 805-D, de 2019. Altera a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, que institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), para contemplar o desenvolvimento de práticas esportivas entre os estudantes na avaliação das instituições de educação superior. Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania redação final. Câmara dos Deputados. Recuperado de https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2192142
Camargo, P., & Mezzadri, F. (2018). A organização e configuração do esporte universitário no Brasil (1940-1980). Motrivivência, 30(53), 52-68. doi.org/10.5007/2175-8042.2018v30n53p52
Cañadas, L. (2021). Aprendizaje-Servicio universitario en contextos de actividad física, educación física y deporte: una revisión sistemática. Educ Pesqui., 47, e237446. doi.org/10.1590/s1678-4634202147237446
Cardoso, G. R., Bora, S. M.A., Vieira, K. R.S., Correia, A. S., & Rechia, S. (2020). Lazer na universidade: espaços e equipamentos possíveis? Licere, 23(2), 289-315. doi.org/10.35699/2447-6218.2020.24041
Chiva-Bartoll, Ò., Capella-Peris, C., & Pallarès-Piquer, M. (2018). Investigación-acción sobre un programa de aprendizaje-servicio en la didáctica de la educación física. Rev Investig Educ., 36(1), 277-293. doi.org/10.6018/rie.36.1.270581
Corbatón-Martínez, R., Miravet, L. M., Puig, M. M., Gómez, J. G., & Chiva-Bartoll, Ó. (2015). Efectos académicos, culturales, participativos y de e identidad del ApS en futuros maestros a través de la Educación Física. Profesorado, 19(1), 280-297.
Dall’ara, J. (2023). Na USP, esporte universitário é a porta de entrada para treinadores. Recuperado de https://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2023/07/na-usp-esporte-universitario-e-a-porta-de-entrada-para-novos-treinadores/
DeVon, H. A., Block, M. E., Moyle-Wright, P., Ernst, D. M., Hayden, S. J., Lazzara, D. J., Savoy, S. M., & Kostas-Polston, E. (2007). A psychometric toolbox for testing validity and reliability. J Nurs Scholarsh, 39(2), 155-164. doi.org/10.1111/j.1547-5069.2007.00161.x
Edwards, P. J., Roberts, I., Clarke, M. J., DiGuyiseppi, C., Wentz, R., Kwan, I., Cooper, R., Lambert, M. F., & Pratap, S. (2009). Methods to increase response to postal and electronic questionnaires. Cochrane Database Syst Rev., 8(3). doi.org/10.1002/14651858.MR000008.pub5
Fagundes, A. F. A., Prado, R. A. D. P., Felix, & D. F. (2022). A Identificação dos Discentes com as Associações Atlé-ticas Universitárias e o Reflexo Quanto ao Engajamento Estudantil Junto às Instituições de Ensino Superior. Educa-ção e Pesquisa, 48, e239088. doi.org/10.1590/S1678-4634202248239088
Ferreira, B. R. (2021). Os impactos da olimpíada universitária da UFU no estilo de vida, prática esportiva e utilização do espaço da universidade na visão de estudantes e gestores. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Educação Físi-ca). Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia. Recuperado de https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/36149
Forrester, S. (2014). The Benefits of Campus Recreation. Corvallis, OR: NIRSA.
Frey, K. (2000). Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públi-cas no Brasil. Planejamento e políticas públicas, 21, 212-259. Recuperado de https://www.ipea.gov.br/ppp/index.php/PPP/article/view/89
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2021). Resolução nº 53-COEX/UFMS, de 21 de setembro de 2021. Aprova as Normas Regulamentadoras para o uso dos Espaços Esportivos da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Boletim Oficial, nº 7.633, p.44-5.
Galvan, C., Meaney, K., & Gray, V. (2018). Examining the reciprocal nature of service-learning for underserved stu-dents and preservice teachers. J Teach Phys Educ., 37(4), 363-372. doi.org/10.1123/jtpe.2018-0051
Gil, R. F., Camelo, S. H., & Laus, A. M. (2013). Nursing tasks in the Material Storage Center of hospital institutions. Texto Contexto Enferm., 22(4), 927-934. doi.org/10.1590/S0104-07072013000400008
Gómez-Mazorra, M., Reyes-Amigo, T., Torres, H. G. T., Sán-chez-Oliva, D., & Labisa-Palmeira, A. (2022). Activi-dad fí-sica en tiempo libre en estudiantes universitarios y transición escolar a la universidad desde las teorías de comportamiento: una revisión sistemática. Retos, 43, 699-712. doi.org/10.47197/retos.v43i0.89693
Hochman, B., Nahas, F. X., Oliveira Filho, R. S., & Ferreira, L. M. (2005). Desenhos de pesquisa. Acta Cirúrgica Brasi-leira, 2(Supl. 2), 1-9. doi.org/10.1590/S0102-86502005000800002
Kingdon, J. (2007). Juntando as coisas. In: Saravaia, E., Ferrarezi, E. (Orgs.). Políticas públicas. Brasília, DF: ENAP. p.225-245.
Malagutti, J. P. M., Rojo, J. R., & Starepravo, F. A. (2020). O esporte universitário brasileiro: organizações oficiais e as associações atléticas acadêmicas. Research, Society and Development, 9(8), e32985325. doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5325
Martineli, I., Ribeiro, Leonardo, & Silva, J. (2023). Vida universitária e atuação do associativismo no lazer estudantil. Revista Brasileira de Ciência e Esporte, 45, e20220099. doi.org/10.1590/rbce.44.e20220099
Meneses Neto, E. V., & Paula, C. E. A. (2023). Gestão do esporte universitário: o caso da Universidade Federal de Viçosa. Revista GUAL, 16(2), 43-70.
Milan, F. J., Backes, A. F., Tozetto, A. V. B., Oliveira, L. M., Palheta, C. E. F., Nascimento, J. V., & Milistetd, M. (2022). Experiences of student coaches in brazilians university teams: a possibility for the coach education process. Research, society and development, 11, 1-15. doi.org/10.33448/rsd-v11i9.32001
Minayo, M. C. de S. (2009). Construção de indicadores qualitativos para avaliação de mudanças. Revista Brasileira de Educação Médica, 33(Supl), 83-91. doi.org/10.1590/S0100-55022009000500009
Miranda, I. S., Corado Loreno, L. T., & Costa, F. R. (2020). A dupla jornada do atleta universitário: perspectivas para a conciliação entre estudos e treinos na Universidade de Brasília. Movimento, 26(1), e26059, 2020. doi.org/10.22456/1982-8918.100344
Motta, R. G., & Cora, M. A. J. (2019). Esporte universitário em São Paulo. Rev Pensamento e Realidade, 34(1), 94-110. doi.org/10.23925/2237-418.2019v34i1p94-110
Paiva, J., & Marcellino, N. (2004). Possibilidades para a extensão universitária a partir de uma política de lazer nas faculdades de educação física. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 12(1), 85-90.
Paul, A., T. K., Noon, S. J., Islam, M. M., & Lechner, A. M. (2020). Public open space, green exercise and well-being in Chittagong, Bangladesh. Urban Forestry & Urban Greening, 55, 126825. doi.org/10.1016/j.ufug.2020.126825
Pereira, B. A., & Silva, L. P. (2019). Políticas de esporte e lazer nas universidades federais de Minas Gerais: um olhar sobre as Associações Atléticas Acadêmicas. Licere, 22(4), 95-136. doi.org/10.35699/1981-3171.2019.16263
Pessoa, V. L. de F., & Dias, C. (2019). História do esporte universitário no Brasil (1933-1940). Movimento, 2(5), 1-13. doi.org/10.22456/1982-8918.82512
Piggin, J. (2020). What is physical activity? a holistic definition for teachers, researchers and policy makers. Frontiers in Sports and Active Living, 2(72), 1-7. doi. org/10.3389/fspor.2020.00072
Ramos, V., Graça, A. B. dos S., Nascimento, J., & Silva, R. (2011). A aprendizagem profissional - As representações de treinadores desportivos de jovens: quatro estudos de caso. Motriz, 17(2), 280-291. doi.org/10.5016/1980-6574.2011v17n2p280
Ribeiro, L. S., Martineli, I. M. de G., Navarro, R. T., Moraes e Silva, M., & Silva, J. V. P. (2022). Asociaciones univer-sitarias deportivas y académicas atléticas: estructura administrativa y perfil de los directores de la Universidade Fe-deral de Mato Grosso do Sul/Brasil. Retos, 46, 411–424. doi.org/10.47197/retos.v46.91788
Robalinho, M. J. A., Silva, L. L., Neves, E. B., Vale, R. G. S., & Nunes, R. A. M. (2018). Esporte universitário: per-cepção de atletas sobre os modelos brasileiro e canadense. Revista de Educação Física, 87, 360-370. doi.org/10.37310/ref.v87i2.754
Rodrigues, H. A., Costa, G. C. T., Santos Junior, E. L. S., & Milistetd, M. (2017). As fontes de conhecimento dos treinadores de jovens atletas de basquetebol. Motrivivência, 29(51), 100-118. doi.org/10.5007/2175-8042.2017v29n51p100
Romera, L. A. (2014). Lazer e festas: estudo sobre os modos de divulgação de bebidas os campi universitários. Cad Bras Ter Ocup., 22, 95-102. doi.org/10.4322/cto.2014.033
Rossato, C. E., Souza, G. dos S., Daronco, L. S. E., & Pavão, S. M. de O. (2021). Universitários participantes de um programa de atividade física e lazer podem mudar seus hábitos de vida? Motrivivência, 33(64), 1-19. doi.org/10.5007/2175-8042.2021.e79631
Rocha, G. W. F., & Siqueira, V. H. F. (2009). Práticas sociais de estudantes de medicina na Universidade Pública. Trab Educ Saúde, 7(1), 149-165. doi.org/10.1590/S198177462009000100008
Sampieri, R. H., Collado, C. F., & Lucio, P. B. (2006). Metodologia da pesquisa. São Paulo: McGraw-Hil.
Santos Junior, E. L. dos, Almeida, M. O., Pereira, A. K. R., & Rodrigues, H. de A. (2023). O perfil dos treinadores esportivos de associações atléticas acadêmicas da Universidade Federal de Goiás. Corpoconsciência, 27, e14135. doi.org/10.51283/rc.27.e14135
Silva, J. V. P. (2021). Avaliação do Programa Segundo Tempo Universitário em uma universidade federal em Campo Grande/MS/Brasil. Rev Bras Ciênc Esporte, 43, e00962. doi.org/10.1590/rbce.43.e009621
Silva, J. V. P. (2022). Programas nacionais de atividade física em universidades federais brasileiras. Movimento, 28, e28044. doi.org/10.22456/1982-8918.122918
Silva, J. V. S., & Reverdito, R. S. Ensino superior e fatores influenciadores à permanência e evasão no Programa Se-gundo Tempo Universitário. Retos, 49, 105-114. doi.org/10.47197/retos.v49.98218
Silva, J. V. P., & Ungheri, B. O. (2023). Implementação do PELC em contexto universitário: participação popular, possibilidades e limitações ao esporte e lazer estudantil. Retos, 47, 400-407. doi.org/10.47197/retos.v47.95627
Starepravo, F. A., Reis, L. J. A., Mezzadri, F. M., & Marchi Jr, W. (2010). Esporte Universitário Brasileiro: uma leitu-ra a partir de suas relações com o Estado. Rev Bras Ciênc Esporte, 31(3), 131-148. doi.org/10.1590/S0101-32892010000300009.
Souza, L., Moraes e Silva, M., & Silva, J. V. P. (2019). Política de esporte universitário em uma instituição pública de ensino superior de Mato Grosso do Sul. Motrivivência, 31(60), 1-20. doi.org/10.5007/2175- 8042.2019e59874
Vieira, E. M., Barbieri, C. L. A., Vilela, D. B., Ianhez, E. J., Tomé, F. da S., Woida, F. M., Martinez, G. L., Vicente, L. de M., Gava, N. F., Lira, P. G., & Mendonça, T. N. (2004). O que eles fazem depois da aula? as atividades ex-tracurriculares dos alunos de ciências médicas da FMRP-USP. Medicina, 37, 84-90. doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v37i1/2p84-90
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2024 Retos
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e assegurar a revista o direito de ser a primeira publicação da obra como licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite que outros para compartilhar o trabalho com o crédito de autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Os autores podem estabelecer acordos adicionais separados para a distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicado na revista (por exemplo, a um repositório institucional, ou publicá-lo em um livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- É permitido e os autores são incentivados a divulgar o seu trabalho por via electrónica (por exemplo, em repositórios institucionais ou no seu próprio site), antes e durante o processo de envio, pois pode gerar alterações produtivas, bem como a uma intimação mais Cedo e mais do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) (em Inglês).
Esta revista é a "política de acesso aberto" de Boai (1), apoiando os direitos dos usuários de "ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar, ou link para os textos completos dos artigos". (1) http://legacy.earlham.edu/~peters/fos/boaifaq.htm#openaccess