Programas de financiamento ao atleta: uma perspectiva comparativa entre países

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47197/retos.v53.100514

Palavras-chave:

Programa Bolsa-atelta, Política Pública, Esporte de Alto-rendimento, Brasil, Sistema Esportivo

Resumo

A partir de uma perspectiva com base em evidências, buscou-se refletir sobre a amplitude de uma das políticas brasileiras de fomento ao atleta de alto rendimento, o Programa Bolsa-Atleta. A fim de investigar se tal Programa pode ser equiparada aos maiores entre seus semelhantes, foram pesquisados de maneira exploratória dados dos países presentes no top-11 de conquistas de medalhas nos Jogos Olímpicos Rio 2016, sendo eles: Estados Unidos (121 medalhas), China (70 medalhas), Grã-Bretanha (67 medalhas), Rússia (56 medalhas), Alemanha (42 medalhas), França (42 medalhas), Japão (41 medalhas), Austrália (29 medalhas), Itália (28 medalhas), Canadá (22 medalhas) e Coreia do Sul (21 medalhas), além do Brasil (19 medalhas). Foi escolhida a quantidade de medalhas e não o número de medalhas de ouro por ser a classificação considerada pelo COB. Junto a isso, considerou-se a metodologia proposta por Scheerder, Claes & Willem (2017), a fim de estabelecer comparações entre sistemas esportivos de diferentes países. Como foi possível observar, a partir do levantamento de dados, a respeito de programas internacionais de financiamento público direto ao atleta, existem várias semelhanças entre estes e o Bolsa-Atleta brasileiro. A conclusão a que se chegou é que é possível suportar tal afirmação, mas não sendo possível apontá-lo como sendo “o maior” de forma irrefutável.

Palavras-chave: Programa Bolsa-Atleta. Esporte de Alto-Rendimento. Política Pública. Brasil.

Biografias Autor

João Victor Moretti de Souza, Universidade Federal do Paraná

Graduado em Comunicação Social - Jornalismo pelo Centro Universitário de Brasília (2012), especialização em Jornalismo Esportivo pelo Centro Universitário de Brasília (2014) e mestrado em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná (2021). Pesquisador do Instituto de Pesquisas em Inteligência Esportiva - UFPR.

Natasha Santos Lise, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Graduado em Educação Física pela Universidade Positivo (2009). Mestre em História pelo programa de pós-graduação da Universidade Federal do Paraná (2012). Doutor em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná (2018). Pesquisadora do Centro de Pesquisas Futebol & Sociedade - Universidade Federal do Paraná. Professor Adjunto da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no curso de Educação Física. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Esporte, Lazer e Sociedade - UEPG. Pesquisador do Instituto de Pesquisas em Inteligência Esportiva - UFPR.

Mosiah Brentano Rodrigues, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Graduado em Educação Física pelo Centro Universitário Metodista do Sul (IPA), com especializações em Administração e Marketing Esportivo e em Esporte de Alto Rendimento, com ênfase em Ginástica Artística, e Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Fernando Marinho Mezzadri, Universidade Federal do Paraná

Possui graduação em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1987), mestrado em Educação pela Universidade Federal do Paraná (1992) e doutorado. em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (2000). Professor da Universidade Federal do Paraná. Coordenador do Instituto de Pesquisa em Inteligência Esportiva

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Publicado

2024-04-01

Como Citar

Moretti de Souza, J. V., Santos Lise, N., Brentano Rodrigues, M., & Marinho Mezzadri, F. (2024). Programas de financiamento ao atleta: uma perspectiva comparativa entre países. Retos, 53, 651–659. https://doi.org/10.47197/retos.v53.100514

Edição

Secção

Artigos de caráter científico: trabalhos de pesquisas básicas e/ou aplicadas.

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