Livro didático digital o presente, as tendências e as possibilidades do mercado editorial no contexto brasileiro e internacional

Autores/as

  • Alysson Ramos Artuso Instituto Federal do Paraná (IFPR)

Palabras clave:

ensino de ciências, mídias eletrônicas, produção de material didático, material didátic, tecnologia educacional

Resumen

Este texto aborda os livros didáticos digitais a partir de uma visão do mercado editorial, com base na experiência do autor no mercado brasileiro e espanhol, bem como em referências bibliográficas de diversos países do mundo. No Brasil, os livros didáticos digitais começaram a ganhar maior força no mercado editorial com o programa nacional do livro didático (PNLD), que em 2014 passou a adquirir livros agregados de recursos de multimídia e interatividade. Em 2015 (PNLD 2015), mudanças nos critérios de compra buscaram ampliar as possibilidades do livro didático digital nas escolas públicas. Os resultados, no entanto, ainda são tímidos em termos de
contribuição pedagógica e exploração das novas tecnologias de informação e comunicação, com poucas inserções de contribuições acadêmicas e sem discussões aprofundadas com professores que
poderão utilizar o material. Mesmo no mercado privado, onde há diferentes restrições tecnológicas e financeiras, o cenário não é diferente, como será analisado nesse artigo que foca
nos materiais brasileiros da área de Ciências da Natureza, mas também que traz também exemplos espanhóis. Do ponto de vista editorial, são basicamente quatro os fatores que estão
relacionados com esses resultados: custos, prazos, limitações tecnológicas e experiência em desenvolvimento.

O último quesito envolve não só questões de planejamento de objetivos e de sequências didáticas, como também de desenvolvimento tecnológico e a própria relação que se tem com as novas
tecnologias digitais, na qual é valiosa a analogia de nativos e imigrantes digitais. Começam a surgir, contudo, iniciativas nacionais e internacionais que estão substituindo o formato inicial de
livro digital – um modelo de “PDF linkado”, onde livro impresso e objetos digitais são claramente dissociados – por um modelo que incorpora no próprio corpo do texto elementos multimídia e
interativos. A navegabilidade e o aspecto visual são incrementados com essa proposta, mas questões pedagógicas continuam, tipicamente, relegadas a segundo plano, prevalecendo as
questões mercadológicas imediatas. Ao fim, são apresentadas tendências e possibilidades para novas gerações de livros digitais: integração de redes sociais digitais, incorporação de métodos
estatísticos responsivos, desenvolvimento de eye-tracking e inclusão de elementos de gamificação.



Citas

Aera, M.; Gonzalez, C. S; Mora, C. E. (2015). Beyond Textbooks: Educational Digitals Texts and Gamification of Learning Materials. In: Rodriguez, J., Bruillard, E. & Horsley, M. (Eds.) Digital Textbooks. What´s new?. Santiago de Compostela: Universidad de Santiago de Compostela‐IARTEM.

Almeida, R. G. (2015) O aumento do engajamento no aprendizado através da gamificação do ensino. In: VI Seminário Mídias & Educação do Colégio Pedro II, Rio de Janeiro, 2015. Anais… Rio de Janeiro: Colégio Pedro II.

Alonso‐Arévalo, J.; Cordón‐García, J. A.; Gómez‐Díaz, R. (2012). Libros de texto electrónico: un potencial de futuro. Revista Chilena de Bibliotecología y Gestión de Información, 3.

Artuso, A. R.; Asenova, A.; Clark, C.; Mpecakn, K.; Frese‐González, M.; Saleem, M; Imstepf, M.; Geischnek, N.; Gomes, P.; Zahed, S.; Prathikantam, V.(2012). Effective Learning Environments 101. Disponível em: <https://docs.google.com/document/pub?id=1vAklum‐SzMdkZJIYDgabhRQawIfbmmCi32Mai071OHE>. Acesso em 06 abr. 2016.

Avvisati, F.; Hennessy, S.; Kozma, R. B.; Lancrin, S. V. (2013). Review of the Italian Strategy for Digital Schools, OECD Education Working Papers, 90(5), 1‐109.

Barrios, V. M.; Gütl, C.; Preis, A.; Andrews, K.; Pivec, M.; Mödritscher, F.; Trummer, C. (2004). AdELE: A Framework for Adaptive E‐Learning through Eye Tracking. In: I‐KNOW'04, Genz, Austria, 2004. Proceedings... Viena: Springer.

Bastos, F.; Nardi, R. (2008). Formação de professores e práticas pedagógicas no ensino de ciências: contribuições da pesquisa na área. São Paulo: Escrituras.

Brasil (2013). Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Edital de Convocação 01/2013 –CGPLI – PNLD 2015. Brasília: MEC. 81 p.

______ (2015). Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Programa Nacional do Livro Didático – PNLD. PNLD 2015 – Coleções mais distribuídas por componente curricular. Brasília: FNDE. 15 p. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/programas/livro‐didatico/livro‐didatico‐dados‐estatisticos>. Acesso em 06 abr. 2016.

Busjahn, T.; Schulte, C.; Sharif, B.; Simon; Begel, A.; Hansen, M.; Bednarik, R,; Orlov, P.; Ihantola, P,; Shchekotova, G.; Antropova, M. (2014) Eye tracking in computing education. In: X Conference on International Computing Education Research, New York, 2014. Proceedings... New York: ACM.

Cassiano, C. C. F (2013). O mercado do livro didático no Brasil do século XXI: a entrada do capital espanhol na educação nacional. São Paulo: Unesp.

Castro Filho, J. A. et al. (2014). Tecnologias digitais, mobilidade e educação: perspectivas

contemporâneas para a Didática e a Prática de Ensino. In: XVII Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino, Fortaleza, 2014. Anais… Fortaleza: UECE.

Cheung, S. K. S.; Yuen, K. S.; Li, K. C.; Tsang, E. Y. M.; Wong, A. (2012). Open Access Textbooks: Opportunities and Challenges. Communications in Computer and Information Science, 302, 201‐210.

Chinaglia, J. V. (2014). Materiais didáticos digitais e as remidiações do livro didático impresso: uma análise dos objetos educacionais digitais. Educação & Tecnologia, Belo Horizonte, 19(2), 27‐39.

Duran, D. (2010). Letramento digital e desenvolvimento: das afirmações às interrogações. São Paulo: Hucitec.

Garcia, N. M. D.; Higa, I. (2012). Formação de professores de Física: problematizando ações governamentais. Educação Teoria e Prática, Rio Claro, 22(40), 166‐183.

Gog, T. V; Scheiter, K. (2010). Eye tracking as a tool to study and enhance multimedia learning. Learning and Instruction, 20(2), p. 95‐99.

Gu, X.; Wu, B.; Xu, X. (2015). Design, development, and learning in e‐Textbooks: what we learned and where we are going. Journal of Computers in Education, 2(1), 25‐41.

Heyvaert, P.; Verborgh, R.; Mannens, E.; Walle, R. V. (2015). Linked Data‐enabled Gamification in EPUB 3 for Educational Digital Textbooks. 10th European Conference on Technology Enhanced Learning, Toledo, Spain, 2015. Proceedings... Cham, Suíça: Springer.

Hoel, T.; Hollins, P. A. (2013). Structuring the discourse about how to develop digital textbooks. 13th IEEE International Conference on Advanced Learning Technologies, Beijing, 2013. Proceedings… Washington: IEEE Computer Society.

House, E. (2013). Challenges Facing the UK Book Industry. Publishing Research Quarterly, 29(3), 211‐219.

Itu World Telecommunication (2014). ICT Indicators database 2014 (18th Edition). 2014. Genebra, Suíça: ITU.

Kapp, K. M. (2012). The gamification of learning and instruction: game‐based methods and strategies for training and education. New York: Wiley.

Killingworth, S.; Marlow, M. (2011). The Future of the Textbook ‐ Part II: The Impact of Technology on the Development of the eTextbook Market, Against the Grain, 23(2), 36‐40.

Kima, J. H.; Jungb, H. (2010). South Korean Digital Textbook Project. Computers in the Schools: Interdisciplinary Journal of Practice, Theory, and Applied Research, 27(3‐4), 247‐265.

Laia, M.; Tsaib, M.; Yang, F.; Hsud, C.; Liue, T.; Leef, S. W.; Leeg, M.; Chiouh, G.; Liangb, J.; Tsaib, C. (2013). A review of using eye‐tracking technology in exploring learning from 2000 to 2012. Educational Research Review, 10, p. 90‐115.

Linhares, R.; Lucena, S.; Versuti, A. (2012). As redes sociais e seu impacto na cultura e na educação do século XXI. Fortaleza: Edições UFC.

Mattar, J. (2013). Web 2.0 e redes sociais na educação. São Paulo: Artesanato Educacional.

Mardis, M.; Everhart, N. (2011). Digital Textbooks in Florida: Extending the Teacher‐Librarians' Reach. Teacher Librarian, 38(3), 8‐11.

Mercado, L. P. L. (2014). Tecnologias digitais e educação a distância: letramento digital e formação de professores. In: XVII Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino, Fortaleza, 2014. Anais… Fortaleza: UECE.

Millar, M.; Schrier, T. (2015). Digital or Printed Textbooks: Which do Students Prefer and Why?. Journal of Teaching in Travel & Tourism, 15(2), 166‐185.

Okada, A. (2013). Ambientes emergentes para coaprender e co‐investigar em rede. In: VIII Conferência Internacional de TIC na educação, Braga‐Portugual, 2013. Anais… Braga: ANPAD. Disponível em

<http://oer.kmi.open.ac.uk/wp‐content/uploads/2013/07/OKADAchallenges2013JUL.pdf>.

Acesso em 02 fev. 2016.

Oliveira, A. S.; Pimentel, F. S. C.; Mercado, L. P. L.; Campos, T. (2013). Mundos virtuais e educação: desafios e possibilidades. Revista Eletrônica de Educação, São Carlos, 7(2), 227‐240.

Pitt, R. (2015). Mainstreaming Open Textbooks: Educator Perspectives on the Impact of OpenStax College. Open Textbooks. International Review of Research in Open and Distributed Learning, 16(4), 133‐155.

Prensky, M. (2001). Digital Natives, Digital Immigrants. On the Horizon, NCB University Press, 9(5).

_____ (2012). Aprendizagem baseada em jogos digitais. São Paulo: Senac.

Ramos, G. (2013). Evolution of the Brazilian Publishing Market. Publishing Research Quarterly, 29(2), 164‐174.

Reis, M. F. (1995). Educação tecnológica: A montanha pariu um rato? Porto‐Portugal: Porto.

Rodrigues, E. S. J.; Mesquita, O. A. (2012). Materiais didáticos digitais em rede e aprendizagem: reflexões críticas em torno do conectivismo. XXXV Reunião anual da ANPED, 2012, Porto de Galinhas. Anais... Rio de Janeiro: ANPED.

Saviani, D. (2008). Histórias das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados.

Senack, E. (2014). Fixing the broken textbook market: how students respond to high textbook costs and demand alternatives. Washington: The Student PIRGs.

Sheen, K. A.; Luximon, Y. (2015). The Future of Electronic Textbooks from a User Perspective. In: Zaphiris, P.; Ioannou, A. (Ed.) Learning and Collaboration Technologies. Los Angeles: Springer.

Silva, E. M. (2013). Letramento digital e pressupostos teórico-pedagógicos: neotecnicismo pedagógico? 2013. 208 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de Brasília, Brasília.

Souza, A. A. N.; Schneider, H. N. (2014). Potencialidades do uso de sites de redes sociais no processo de ensino e aprendizagem. International Journal of Knowledge Engineering and Management, Florianópolis, 3(6), 181‐196.

Studart, N. (2015). Simulações, Games e Gamificação no Ensino de Física. In: XXI Simpósio Nacional de Ensino de Física, Uberlândia, Brasil, 2015. Anais… São Paulo: SBF.

Terrazan, E. A. (2015). O livro didático de Fisica na era digital. In: XXI Simpósio Nacional de Ensino de Física, Uberlândia, Brasil, 2015. Anais… São Paulo: SBF.

Torres, M. P. A.; Ponce, F. C. (2015). Los libros de texto digitales en México: un apoyo al trabajo didáctico en las aulas de educación básica. Educatio Siglo XXI, 33(3), 103‐122.

Trujillo, F. (Coord.) (2014). Artefactos digitales: una escuela digital para la educación de hoy. Barcelona: Editorial Graó.

Väljataga, T.; Fiedler, S. H. D.; Laanpere, M. (2015). Re‐thinking Digital Textbooks: Students as Co‐ authors. 14th International Conference, Guangzhou, China, 2015. Proceedings... Cham, Suíça: Springer.

Wischenbart, R. (2014). Global Trends in Publishing 2014. Frankfurt Book Fair. 2014. Proceedings… Frankfurt: Frankfurter Buchmesse.

Descargas

Publicado

2016-04-01