A formação dos profissionais para a infância: uma análise dos discursos em formação inicial de professores, em tempos de democracia em Portugal
Palabras clave:
Infância, formação inicial de professores, profissionalidade docente, mapeamento social, narrativasResumen
O artigo pretende suscitar uma reflexão focalizada na importância do conhecimento sobre as transformações nas concepções de infância para a compreensão das sociabilidades e das subjectividades que se formam na instituição escolar. Apresentam-se alguns dos resultados de um estudo que pretendeu conhecer e compreender as concepções sobre a infância que se exprimem na, ou se relacionam com a, formação inicial de professores do 1º Ciclo do Ensino Básico (CEB), em Portugal, desde Abril de 1974, realizado no âmbito de um projecto de doutoramento em Ciências da Educação, apresentado na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. A formação inicial de professores foi perspectivada no estudo como a instituição moderna mais determinante, em termos sociais e históricos, para a divulgação das concepções sobre a infância inscritas nos discursos científicos, pedagógicos e educativos em geral. Neste texto abordam-se de forma sucinta a problemática e a metodologia do estudo e apresentam-se resultados que dizem respeito: à identificação de narrativas sobre a infância e suas articulações com narrativas sobre a educação escolar e a profissionalidade docente; ao mapeamento social dessas narrativas; e à implicação da dimensão infância na construção da profissionalidade docente. Conclui-se que o trabalho de mediação entre diferentes formas de saber sobre a infância e sobre as crianças e entre os microactores e os macroactores que são responsáveis pela sua educação escolar se torna incontornável e que a reflexão sobre o impacto da educação escolar na vida das crianças e o lugar que a formação inicial de professores aí ocupa se evidencia como um imperativo ético.Citas
Ariès, Ph. (1978). História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Guanabara.
Bardin, L. (1994). Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições Setenta.
Bernstein, B. (1996). Pedagogy, Symbolic Control and Identity. Londres: Taylor & Francis.
Bogdan, R., & Biklen, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação. Uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora.
Castoriadis, C. (1982). A Instituição Imaginária da Sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Correia, J. A., & Matos, M. (2001). Solidões e Solidariedades nos Quotidianos dos Professores. Porto: ASA.
Correia, J. A.; Matos, M., & Canário, R. (2002). La souffrance professionnelle des enseignants et les dispositifs de compensation identitaire. L’Année de la Recherche en Sciences de l’Éducation - des représentations. Afirse matrice. Profesorado. Revista de currículum y formación del profesorado, 11, 1 (2007) 25 De Bruyne, P.; Herman, J., & De Schoutheete, M. (1991). Dinâmica da Pesquisa em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: F. ALves.
Derouet, J.-L. (1992). École et Justice. Paris: Métailié.
Dubet, F. (2002). Le Déclin de l’Institution. Paris: SEUIL.
Giddens, A. (1992). As Consequências da Modernidade. Oeiras: Celta.
Habermas, J. (1987). Théorie de l’Agir Communicationnel (I et II). Paris: Fayard.
Hameline, D. (1991). O educador e a acção sensata. In António Nóvoa (Org.). Profissão Professor. Porto: Porto Editora, 35-60.
Jenks, Ch. (2002). Constituindo a criança. Educação Sociedade e Culturas, 17. Porto:Afrontamento, 185-216.
Lopes, A. (2001). Libertar o Desejo, Resgatar a Inovação. A construção de identidades profissionais docentes. Lisboa: ME-IIE.
Mucchielli, R. (1991). L'Analyse de Contenu des Documents et des
Communications: connaissance du problème: applications pratiques. Paris: ESF.
Pereira, F.; Carolino, A., & Lopes, A. (no prelo). A Formação Inicial de Professores do 1º CEB, nas últimas três décadas do séc. XX: transformações curriculares, conceptualização educativa e profissionalização docente. Revista Portuguesa de Educação.
Popkewitz, Th. S., & Pereyra, M. A. (1992). Práticas de reforma na formação de professores em oito países: o esboço de uma problemática. In António Nóvoa e Thomas Popkewitz (Orgs.). Reformas Educativas e Formação de Professores. Lisboa: Educa.
Prout, A. (2005). The Future of Childhood. Oxon: RoutledgeFalmer.
Sarmento, M. J. (2002). A globalização e a infância: impactos na condição social e na escolaridade. In O Particular e o Global no Virar do Milénio. Cruzar Saberes em Educação - Actas do 5º Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Lisboa: Colibri/ Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, 691-698.
Scraton, Ph. (Ed.). (1997). Childhood in ‘Crisis’? Londres: Routledge.
Wagner, P. (1996). Liberté et Discipline. Les deux crises de la modernité. Paris: Métailié.
Wittgenstein, L. (1994). Investigações Filosóficas. Petrópolis: Vozes, (obra original publicada em 1953).
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
En el momento en que una obra es aceptada para su publicación, se entiende que el autor cede a la Revista PROFESORADO (en adelante RECP) en exclusiva los derechos de reproducción, distribución y venta de su manuscrito para su explotación en todos los países del mundo en formato de revista de papel, así como en cualquier otro soporte magnético, óptico y digital.Los autores cederán también a RECP los derechos de comunicación pública para su difusión y explotación a través de Intranets, Internet y cualesquiera portales y dispositivos inalámbricos que decida el editor, mediante la puesta a disposición de los usuarios para consulta online de su contenido y su extracto, para su impresión en papel y/o para su descarga y archivo, todo ello en los términos y condiciones que consten en la web donde se halle alojada la obra. A su vez, la RECP autoriza a los autores de los trabajos publicados en la revista a que ofrezcan en sus webs personales o en cualquier repositorio de acceso abierto una copia de esos trabajos una vez publicados. Junto con esa copia ha de incluirse una mención específica de la RECP, citando el año y el número de la revista en que fue publicado el artículo o nota de investigación y añadiendo, además, el enlace a la web de la RECP.
La RECP también recomienda y permite a sus autores que licencien su obra bajo la licencia de Creative Commons Reconocimiento-NoComercial-SinObraDerivada 3.0 España (CC BY-NC-ND 3.0 ES), que implica que el artículo y la nota de investigación pueda copiarse, distribuirse y comunicarse públicamente bajo la condición de que en los créditos se reconozca explícitamente al autor y la obra bajo la forma establecida por éste, sin derecho a su explotación comercial y la elaboración de obras derivadas.