As colecções de história natural do Museu da Ajuda (Lisboa) e a Guerra Peninsular (1807-1808). As elites portuguesas face ao poder napoleónico
Resumen
As forças de Junot confiscaram em Portugal, do Museu da Ajuda em Lisboa, importantes colecções de história natural que foram levadas para Paris, para o Muséum National d’Histoire Naturelle. O pressuposto ideológico era que a França tinha melhores condições para preservar e estudar os exemplares do que o usurpado e que se pretendia fazer avançar a ciência. Perante a ocupação militar e na ausência do príncipe-regente, foram vários os membros das elites portuguesas que acataram, formal e circunstancialmente, ordens recebidas das tropas francesas, conforme indicação dada por D. João. As personalidades presas durante a Setembrizada, como Domingos Vandelli, e deportadas para os Açores, não seriam julgadas e acabariam por regressar a Portugal Continental. A apreciação que uma certa historiografia fez da legitimidade da usurpação de objectos de história natural com o recurso à força das armas, não nos parece ser actualmente aceitável, em face do desenvolvimento e maturidade das sociedades de hoje.
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